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sábado, 16 de outubro de 2010

Amanhã, Incerto

Amanhã é um dia perto.
Um dia incerto,
Do que vai acontecer.

Quero fazer algo diferente,
Espandir a minha mente
Mas não sei pra que.

Quero ir a praia
Mas tenho trabalho
Tenho muito pra fazer

Eu vivo onde a beleza é o que importa
Não existe diploma,

O que existe é sorte de nascer
Bonitinho, corpo de garotão,
Com a vida ganha, vivendo na mansão.

Assim sua falta de Q.I. é esquecida
E tem as mais caras bebidas
Pro seu cão beber.

Amanhã é um dia perto e
Novamente outro dia incerto.

Televisão

Especializações de montarias do sistema!
Cargas e vultos de um intelecto útil,
Falas carregadas de um estéreo fútil
Sombrios seres nos tornam este emblema.

Na verdade derradeira que as cargas penam
Do fim visível que os intréte e detêm.
Programados num visível deslumbre sentem
De um cotidiano sem controle, falso que encenam.

Sentimentos, para uma incerteza núbil.
De perceber o trágico, em ser perecível,
Tornam-se o humos do verme invencível
A título de informações, de farsa sutil.

Á vida prende, brinca e torna servil,
No caos de sentidos embutido e febril.
Com a angústia amarga da percepção,

Sem mais o tempo que existiu,
Cantando a alegre canção que viu.
Pela falta de instrução da televisão.

Vontade e sina

Hoje o universo se mostrou a mim,
Por um segundo me fazendo sangrar.
Fez-se gritando e sorrindo assim,
Fez-me ter vontade de chorar.

A menina que amo hoje me negou.
Teve-me no passado e a magoei,
Fiz por inocência e assim me cortou.
E mesmo por tudo, sofrendo sangrei.

Deus não joga dados e espero tê-la aqui,
Num futuro próximo e sorrindo.
A meu lado sempre me fazendo sorrir,
E quando falo da vida a sinto.

Oh! Ruiva te desejo, por todo querer.
 Sempre em ti penso, desejo e viver.
Alusão da vontade assassina.

Por que a Amo não entendo por que.
Só sei que a desejo, sem vê-la desejo perecer.
Noite sombria, sinto falta, vontade e sina.

Paradoxo do sonhar

Outra noite de sol a pino,
Com obrigações na vida à frente
Esqueço a lembrança desocupada do menino
Do mundo paradoxal de ranger de dente.

Ambíguo holocausto de retorno,
Vê-se pouco no clarão noturno.
Vejo uma luz de mundo morno,
Na Era de Hades, ou seria Netuno?

Percebo Odin morto no tempo Cristão.
Palas injusta e idólatra,
Baco tímido e fiel sacristão.
Zeus sem raios e alcoólatra.

Caminhando a frente Nefertite e Mino,
Acariciando-se despreocupadamente com o presente.
Moisés se afogando na presença do rabino,
E Shiva sem braços, caminhando lentamente.

Don Juan sem mulheres para adorno,
Escutando palavras do sábio taciturno.
Vendo a frente, Perséfone como estorvo.
E orixás no vasto céu diurno.

Futuro sonho do lábio

A rutilância impreguinada no punhal.
Sofro seqüelas do pântano sofista,
Das víceras do vórtice gasto e mortal.
Vejo o futuro na Era Anarquista.

Num momento metafórico de graça aparente,
Auxiliando a dor e ira da vida carnal.
Vingo-me da peste de um mundo doente,
Provando o gosto desgostoso do mal.

Adaptando-me e adquirindo a conquista,
Na dolorosa angústia da dor à frente.
Do medo de ser uma mera estatística,
Com o projétil instável na mente.

Vendo a briga de classes políticas,
Sem força ou base analítica.
Esperando o inesperado de Heráclito sábio.

Vivendo a espera do nunca esperar,
Da complexidade na luta do sonhar.
Percebo na guerra o gosto do lábio.

Real povo real

Outras frases, outra prece.
Arquivando um futuro,
Sangrento em que me curo
De parasitas de rara peste.

Outro céu estrelado e puro.
Com pessoas imóveis, inertes
Na busca do Messias de falsos Mestres,
Criados sem títulos e entre muros.

Autores de vida sofrida,
Estorvos da arte vivida.
Esperando a busca da morte,

Assumindo a qualidade vencida,
Desejoso na morta caída.
Pela ânsia da história de sorte.

Angústia do Lamento

A garrafa vazia a minha frente,
Me lembra tempos de infância
A vida grande da criança
Verá que na vida só se mente.

O cigarro apodrece meu pulmão
E não cresce a vida da sorte,
Na vida só se cresce com porte
Onde só se vive em ilusão.

Ora, como queria que o dedo supremo service,
Amar não sinto e gostaria,
Melhor assim, talvez viveria
Sem medo que a Ira partice.

Nada serve o que desejamos de momento,
Nunca de nada serve o sentimento.
Sem o querer e desejar,

Sem partir e estar,
Como o nunca esperar
A Angústia do Lamento.